29.3.11

The hours

; e a vida como que começa quando nos damos por ela, quando o despertador toca ou quando alguém morre. Tudo faz parte com a mesma intensidade, embora alguns dias sejam mais cheios de premência, tudo está prestes a. E os todos detalhes, as flores, a casca do ovo que acabou de quebrar, a gema prestes a arrebentar entre os dedos, o cigarro e a hora da festa. É tudo incrivelmente simples. Mas não se decide se é melhor fazer o certo ou ser livre para estar errado; chegar mais cedo ou simplesmente não comparecer. É preciso seguir a prescrição dos médicos.

Mas o impossível de repente acontece, a despeito do que está escrito. E a indecisão de dizer, a dificuldade de sair da cama quando se sabe que o amor não é senão outro dever. Nem a felicidade diminui a prisão de existir, pois é inevitável uma vez que nascemos. Há a desgraça de ter sido feliz, ou de intuir a felicidade intangível; que pode ser o inferno do outro a quem se ama desesperadamente.

No entanto, é preciso fazer a cama, arrumar a sala e acender as velas, antes que cheguem as visitas. Be prepared. And have no regrets.

1 Comentários:

Blogger Daniela Rabello Nogueira disse...

Que texto lindo! É seu, Carol?

08:04  

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